Na última semana, foi realizada uma ação da Secretaria de Agricultura do Distrito Federal (Seagri), por meio da Subsecretaria de Defesa Agropecuária (SDA), para controle e erradicação da brucelose. Foram realizados exames de rotina em bovinos de duas propriedades rurais, cujos resultados acusaram a presença de brucelose em dez fêmeas.
Após o diagnóstico, o Serviço de Defesa Agropecuária foi comunicado de imediato. Em uma ação articulada entre as três diretorias da SDA, foram adotadas as medidas previstas no Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal (PNCEBT), descritas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
A equipe da Diretoria de Sanidade Agropecuária e Fiscalização (DISAF) foi até as propriedades envolvidas e verificou a marcação da letra P na face direita das vacas, uma exigência para identificação dos animais positivos para brucelose. Em seguida, as fêmeas foram recolhidas pela Diretoria de Fiscalização de Trânsito (DIFIT), e levadas a um abatedouro registrado na Diretoria de Inspeção de Produtos de Origem Animal e Vegetal (DIPOVA).
No abatedouro, foi realizado o acompanhamento de todo o processo de abate por parte da DIPOVA. As vacas foram colocadas em um curral separado e encaminhadas para procedimentos específicos de abate, chamado de abate sanitário. Toda a indústria interrompeu as demais atividades, e os funcionários foram orientados quanto aos riscos e cuidados a serem tomados para que não fossem contaminados, com uso completo de equipamentos de proteção individual (EPIs) e higienização pessoal e de todos os materiais e instalações ao término das atividades.
Após o abate, algumas carcaças foram destinadas a aproveitamento condicional (quando apenas uma parte pode ser destinada a consumo humano) e outras foram descartadas, sendo enviadas para a graxaria, para uso na confecção de produtos de higiene e limpeza.
“A brucelose é uma doença de importância para a economia e a saúde pública, acometendo várias espécies, inclusive humanos. Nos bovinos, causa problemas reprodutivos, como aborto e baixa fertilidade nas fêmeas, e esterilidade nos machos, provocando prejuízos econômicos para a pecuária”, alerta o diretor de Sanidade Agropecuária e Fiscalização, Vinícius Campos.
A principal forma de prevenção da doença em bovinos e búfalos é a vacinação contra brucelose, atividade que deve ser supervisionada por médicos veterinários. A legislação preconiza a vacinação das bezerras entre três e oito meses de idade, permitindo, atualmente, também a imunização de fêmeas em idade mais avançada, com vacina específica. No Distrito Federal, os profissionais da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF) vacinam os animais contra brucelose bovina, atendendo gratuitamente à demanda dos produtores.
Nos humanos, a brucelose causa inicialmente febre alta e dores na cabeça e no corpo. Com o passar do tempo, os sintomas retornam mais intensos, levando a febre alta recorrente, dores musculares, de cabeça e nas articulações, além de perda de peso, entre outros. Em casos mais graves, pode afetar o funcionamento de vários órgãos.
“A brucelose é considerada uma doença ocupacional, pois boa parte da transmissão aos humanos ocorre no manejo dos animais na fazenda, principalmente no parto de vacas contaminadas, e na aplicação da vacina contra brucelose pelos veterinários. Mas é importante lembrar que a doença pode ser transmitida também pelo consumo de produtos de origem animal, como leite cru e seus derivados, assim como carnes cruas ou mal passadas”, destaca o diretor de Sanidade Agropecuária e Fiscalização da Seagri.
“A atuação da Dipova na inspeção do abate e processamento dos produtos de origem animal é fundamental para garantir que as condições sanitárias sejam adequadas, evitando a contaminação dos produtos e das pessoas que trabalham nas agroindústrias”, esclarece o gerente de Segurança e Qualidade Alimentar da Dipova, Wendel Lago. “A realização de exames de rotina nos animais destinados aos abatedouros e a pasteurização do leite cru nos laticínios são medidas essenciais para o controle da brucelose”, complementa o gerente da Dipova.
Segundo Danielle Araújo, subsecretária de Defesa Agropecuária, “A equipe técnica é muito capacitada, e os setores trabalham em harmonia para garantir a prestação de um Serviço de Defesa Agropecuária de excelência. O resultado desse trabalho árduo é a proteção da população por meio da prevenção e controle de doenças de impacto na saúde pública e a garantia de um ambiente seguro para o desenvolvimento e sustentabilidade do agronegócio no DF.”
Confira mais informações sobre a brucelose no site da Seagri (http://www.seagri.df.gov.br/coordenacao-de-controle-e-erradicacao-da-brucelose-e-tuberculose/)
Texto: Ascom / Seagri