Realizada nesta quinta (10), na Secretaria da Agricultura do Distrito Federal (Seagri-DF) mais uma reunião da Câmara setorial de suinocultura do DF. O objetivo foi tratar dos principais avanços e demandas do setor produtivo de suinocultores do Distrito Federal.
Estiveram presentes no evento gestores e representantes das equipes das Secretarias de Agricultura, Educação e Assistência Social, Sebrae-DF, Emater-DF e da associação e sindicato de suinocultores do Distrito Federal (DF Suin).
Um dos assuntos tratados foi a inclusão da carne suína produzida no DF nas compras governamentais destinadas às áreas de Educação, Saúde e Assistência social do Governo do Distrito Federal (GDF). Para os participantes da reunião, um dos desafios é desmistificar que a carne suína seja um produto com qualidade inferior às demais carnes. “Já é mais que comprovado que a carne suína é um alimento de qualidade e seguro para as pessoas. Mas ainda há preconceito para o consumo desse alimento. E nós vamos vencer o preconceito com informação”, afirmou o secretário de Agricultura, Candido Teles.
O subsecretário de Apoio às Políticas Educacionais, Nivaldo Felix, informou que em breve a carne suína será licitada para a alimentação das escolas públicas do DF. “O Termo de Referência já está praticamente pronto por parte da Secretaria de Educação. A previsão é de que em 2023 tenhamos a inclusão da carne suína nos cardápios da alimentação escolar”, afirmou. “Esperamos avançar no sentido de garantir que parte desse abastecimento seja com a produção local”, acrescentou Nivaldo Felix.
Segundo o presidente da DF Suin, Josemar de Medeiros, o objetivo da cadeia produtiva de suínos local é avançar nas compras governamentais para as áreas de saúde e assistência social. “Já conseguimos um grande avanço com a inserção da proteína suína na alimentação escolar, e agora queremos abrir caminhos para a inclusão da carne suína local também nos restaurantes comunitários e na rede de saúde pública do DF”, afirmou.
A subsecretaria de Segurança Alimentar da Sedes-DF, Vanderlea Cremonini, explicou que os contratos com empresas terceirizadas nos restaurantes comunitários preveem a incidência de cada produto no cardápio, com a recomendação de aquisição preferencialmente de 30% da produção local. “A carne suína está presente no cardápio dos restaurantes comunitários quatro vezes por mês, além da feijoada. A aceitação é excelente. Contudo, atualmente toda a carne suína é proveniente do Goiás”.
A nutricionista da Secretaria de Saúde, Carolina Rebelo, comentou que na Secretaria da Saúde os contratos de fornecimento de alimentação também são terceirizados, e que não existe previsão legal de aquisição da agricultura familiar ou da produção local. “Atualmente a carne suína está presente no cardápio dos servidores oito vezes por mês. Para os pacientes não é servida essa carne, por questões culturais relacionadas a esse alimento”, esclareceu.
Para o secretário de Agricultura, um dos caminhos para abertura de mercado institucional para a carne suína produzida no DF é a criação de previsão legal de uma quantidade percentual mínima a ser adquirida da produção local. “Vamos conversar com o setor produtivo e com as empresas que compram carne suína e entender as demandas e possibilidades de cada um, no sentido de viabilizar a aquisição de parte da produção de carne suína local para as compras governamentais”, afirmou Candido Teles. “Com isso vamos fortalecer a cadeia produtiva local e reduzir os custos da logística de fornecimento dos produtos”, concluiu.