Fiscalização intensiva resulta em cumprimento efetivo do vazio sanitário e redução das infrações no cultivo do feijão

Foto: Agência Brasília

No DF, o Vazio Sanitário do Feijão surge como uma estratégia para proteger as plantações, controlar as pragas e assegurar a qualidade das colheitas. Esta prática visa interromper o ciclo do vírus responsável pelo mosaico-dourado, uma ameaça significativa às plantações. Em virtude disso, os produtores são proibidos de cultivar e manter qualquer plantação viva, durante 30 dias, contribuindo assim para a redução da população da Mosca-Branca, principal vetor de transmissão do vírus.

Em 2023, o período do vazio ficou estabelecido de 20 de setembro a 20 de outubro, e foram realizadas fiscalizações nas principais áreas de cultivo do grão que trouxeram resultados significativos. 

Considerando as condições de seca na região e a influência de áreas irrigadas no cultivo durante esse período, a fiscalização, realizada pela Secretaria de Agricultura (Seagri), priorizou as áreas com pivôs centrais de irrigação. O mapeamento realizado por meio de imagens do satélite, disponíveis no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE, resultou na identificação de 275 pivôs, abrangendo uma área de amostragem de 16.000,83 hectares. 

As ações fiscais foram divididas em duas etapas: a primeira consistiu na averiguação dos pivôs, e a segunda, no retorno às áreas onde foi registrado o descumprimento do vazio sanitário na fase inicial.

A análise dos dados revela que, apesar de alguns registros de descumprimento do vazio sanitário, a maioria das plantas encontradas era voluntária. Em apenas três propriedades, distribuídas em quatro pivôs, foi identificado o cultivo ativo durante o período estabelecido. A grande maioria dos produtores cumpriu efetivamente a determinação de eliminação das plantas vivas nos prazos definidos pelas equipes fiscais, exceção feita a uma propriedade em que foi identificado o descumprimento da medida em um pivô.

Os dados compilados indicam que, embora tenham sido registradas plantas vivas de soja em 21 pivôs, apenas cinco casos foram considerados infrações efetivas. Essas infrações estão distribuídas em quatro propriedades, com os autos de infração em fase de instrução processual ou de emissão.

“A cultura do feijão é uma das principais culturas produzidas no Distrito Federal. Então, medidas sanitárias, como vazio sanitário – no qual nós estamos, principalmente, buscando evitar o aumento da população de Mosca-Branca – é fundamental para que a gente continue com bons níveis de produtividade, com custos de produção mais baixos e tendo um feijão de qualidade para abastecimento do DF, bem como para a comercialização pra outros estados.” ressalta o Secretário Executivo da Seagri, Rafael Bueno.

Os resultados positivos dessas ações fiscais evidenciam a importância do cumprimento rigoroso do vazio sanitário para a cultura do feijoeiro comum (Phaseolus vulgaris). A fiscalização intensiva contribuiu significativamente para não apenas preservar a integridade das safras, mas também desempenha um papel fundamental na promoção de práticas agrícolas mais sustentáveis e na mitigação dos riscos associados às doenças que afetam o cultivo do feijão.