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Maria da Penha ONLINE Governo do Distrito Federal
21/01/23 às 14h00 - Atualizado em 23/01/23 às 16h29

Seagri realiza monitoramento de morcegos para prevenção da raiva no DF

 

No último ano, a Secretaria da Agricultura do Distrito Federal (Seagri-DF), em parceria com a Universidade de Brasília (UnB) e o Centro Universitário de Brasília (UniCEUB), realizou visitas a cavernas localizadas em propriedades rurais para manutenção de um banco cadastral e monitoramento de morcegos abrigados nestes locais.

 

Em 2023, a Seagri continua com as ações do Programa de Controle de Raiva dos Herbívoros, que servirão para compilação de dados e divulgação de um relatório com o mapeamento das áreas de maior risco de ocorrência da raiva no DF. “As ações acontecem durante todo o ano e se intensificarão nos períodos de menos chuva”, afirmou a subsecretária de Defesa Agropecuária da Seagri, Daniele Araújo.

 

As visitas possuem uma logística complexa e exigem preparação e planejamento intensos, que vão desde o mapeamento dos locais, até a descoberta da melhor forma de entrar nas cavernas.” Uma vez nosso servidor teve até que fazer rapel para conseguir entrar”, conta a gerente de Saúde Animal da Seagri, Janaína Licurgo. “Mas é essencial frisar que todos os servidores, tanto da Seagri quanto das Universidades, tem que estar com vacinação e sorologia em dia para participar das ações”, ela completa.

 

O foco principal das visitas é a identificação da presença do Desmodus rotundus, espécie de morcego hematófago que se alimenta de sangue, e é o principal transmissor do vírus da raiva para bovídeos e equídeos no DF. Outras espécies de morcegos encontradas também são catalogadas para fins de pesquisa. “Vamos continuar com essas ações em 2023, e o objetivo para este ano é completar a lista das 17 principais cavernas do DF com todas elas visitadas, monitoradas, cadastradas e atualizadas”, afirmou Janaína Licurgo

 

O controle da raiva feito pela Secretaria da Agricultura segue um plano com uma série de ações preventivas:

  • Vacinação de herbívoros;
  • Atendimento clínico de animais doentes e suspeitos;
  • Colheita e análise laboratorial de amostras animais;
  • Monitoramento de mordeduras por morcegos nos rebanhos;
  • Cadastramento e controle de abrigos de morcegos;
  • E atividades de educação sanitária com os produtores.

 

A população do DF passou por momentos de apreensão quando, em maio do ano passado, o primeiro caso de raiva humana foi registrado na capital em 44 anos. “O trabalho realizado pela Seagri é muito importante para evitar que essas zoonoses cheguem ao ser humano. Por isso estamos sempre trabalhando bem próximos aos produtores rurais, em suas propriedades, e também em conjunto com a Secretaria de Saúde, que ajuda na prevenção com animais de companhia e também na orientação da população sobre o tema”, explicou Daniele Araújo.

 

 

A parceria entre a Secretaria da Agricultura e a Secretaria de Saúde envolve o compartilhamento de informações referentes a casos de raiva em animais de interesse para a saúde pública, como cães, gatos e animais silvestres, incluindo morcegos não hematófagos e hematófagos, além de animais de produção, como bovinos e equinos. “Essas informações auxiliam na organização das ações de controle e monitoramento frente aos casos de raiva em animais, buscando a prevenção de casos humanos e o bloqueio vacinal, se necessário, para impedir a disseminação do vírus entre as diferentes espécies”, afirmou a técnica de vigilância contra raiva humana da Secretaria de Saúde, Geila Marcia.

 

A Secretaria de Saúde também destaca algumas recomendações como medidas de prevenção:

  • Levar cães e gatos todos os anos para receber a vacina contra raiva;
  • Em caso de mordedura, arranhadura ou lambedura por mamíferos (morcegos, gatos, cachorros, macacos, raposa, saruês, boi, ovelhas, cavalos, dentre outros) procurar uma unidade de saúde e informar detalhadamente o ocorrido para avaliação da necessidade de iniciar vacinação;
  • Evite mexer ou tocar em morcegos ou outros animais silvestres, principalmente quando estiverem caídos no chão;
  • Não levar animais silvestres para casa.

 

Daniele Araújo destaca também a importância da cooperação dos produtores na identificação de casos suspeitos. “Quando recebemos alguma notificação de produtor de algum sinal que possa ser compatível com raiva, prontamente fazemos o atendimento e tomamos as medidas para contenção de possíveis focos”.

 

A Gerência de Saúde Animal orienta o contato com a Seagri-DF pelos canais disponíveis para atendimento nos seguintes casos:

– Animais no rebanho apresentando sinais de doença compatível com raiva, com dificuldades de locomoção ou paralisia;

– Rebanhos com feridas após mordeduras por morcegos hematófagos;

– Se o produtor tem ciência da presença de cavernas em sua propriedade rural.

 

Contatos

 

falecomadefesa@seagri.df.gov.br

3340-3862 – Gerência de Saúde Animal

Coordenação de Controle da Raiva e Encefalopatias

raiva.eeb@seagri.df.gov.br

Núcleo Operacional Leste – 3389-3738 (Whatsapp e telefone)

Núcleo Operacional Oeste – 3484-3484 (Whatsapp e telefone)

 

 

“Ressalta-se que no DF existem diversas espécies de morcegos e que todos desempenham importantes funções ambientais, sendo que a maioria se alimenta de frutos, insetos, e não estão contaminados com o vírus da raiva. O maior cuidado em relação a morcegos deve se dar quando se observam morcegos mortos, caídos, voando de dia, ou com outros comportamentos anormais. Neste caso, deve-se entrar em contato com a Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde”, destaca a Defesa Agropecuária.